No sábado, 4 de setembro, um acidente matou um trabalhador terceirizado na construção da refinaria Abreu e Lima, no município de Ipojuca, em Pernambuco. O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense ainda informa que foi registrada ocorrência de princípio de incêndio em plataforma da Bacia de Campos. São mais denúncias que denotam a situação de insegurança nas unidades da Petrobras, que está sob fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, do Ibama e da Agência Nacional de Petróleo.
O trabalhador morto era eletricista, contratado por empresa terceirizada. Segundo dados do SindipetroNF, a grande maioria dos acidentes registrados tem atingido os trabalhadores terceirizados, que não recebem o treinamento adequado para as tarefas que executam.
A Auditora Fiscal do Trabalho – AFT Simone Holmes, chefe da Seção de Saúde e Segurança da SRTE/PE, informa que os serviços no canteiro de obras da refinaria foram interditados até que a Petrobras corrija as “situações caracterizadas como de risco grave e iminente aos trabalhadores”. A Petrobras e as empresas terceirizadas, segundo a AFT, estão sob fiscalização e foram notificadas para apresentação de documentos, inclusive os contratos de prestação de serviços, relatório do acidente, procedimentos, normas, planos de trabalho, medidas corretivas e outros.
O AFT responsável pela análise do acidente já fez um relatório preliminar e dentro de trinta dias apresentará o relatório final com a identificação dos fatores que contribuíram para o acidente ocorresse.
Veja nota do SindepetroNF:
6-9-2010 - SindipetroNF
Trabalhador terceirizado morre em acidente nas obras de construção da Refinaria Abreu e Lima
Mesmo com todas as denúncias da FUP e de seus sindicatos sobre a insegurança no Sistema Petrobrás, a precarização das condições de trabalho continua fazendo vítimas na empresa. No sábado (04/09), mais um trabalhador terceirizado perdeu a vida em um acidente durante as obras de construção da Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Industrial de Suape, em Pernambuco. Milton José da Silva, 51 anos, era eletricista da empresa DVS Manutenção e Instalações Elétricas, que prestava serviços para a Petrobrás nas obras da Refinaria. O acidente ocorreu durante a manutenção de uma rede elétrica de alta tensão. O eletricista sofreu uma descarga elétrica violenta e caiu de uma altura de 12 metros. Ele ainda foi socorrido, mas chegou sem vida ao hospital.
O Sindipetro-PE/PB participará da comissão que irá apurar as causas do acidente. Durante o velório do eletricista, na cidade de Amaraji, Zona Canavieira de Pernambuco, os representantes do sindicato e da FUP prestaram solidariedade à sua família, ressaltando a luta da categoria por condições seguras de trabalho. Este foi o quarto acidente fatal ocorrido este ano no Sistema Petrobrás, dos quais três foram com trabalhadores terceirizados. Desde 1995, foram 284 mortes por acidentes de trabalho na empresa, sendo que 229 com prestadores de serviço.
No mesmo dia em que ocorreu mais este acidente fatal na Petrobrás, o Sindipetro-NF recebeu novas denúncias dos trabalhadores das plataformas da Bacia de Campos revelando a insegurança diária a que estão expostos. Segundo informações recebidas pelo sindicato, houve um princípio de incêndio na P-27, por volta das 16 horas do dia 04. Os petroleiros da plataforma relataram que estava sendo realizada uma soldagem no convés superior, quando uma centelha caiu e iniciou o incêndio nos filtros do motor. A atuação da brigada foi muito rápida e conseguiu controlar o incêndio.
Há décadas, a FUP e seus sindicatos denunciam a situação precária de segurança nas unidades da Petrobrás e nas empresas prestadoras de serviço, cobrando mudanças estruturais nas políticas de SMS e de terceirização. Os gestores da empresa, no entanto, continuam resistentes aos alertas e reivindicações da categoria, priorizando sempre o lucro e a produção, em detrimento da saúde e da vida dos trabalhadores. A política de terceirização, baseada no menor preço dos contratos, é parte deste modelo equivocado de gestão, pois aprofunda a precarização das condições de trabalho e segurança. Daí a importância de se garantir um mecanismo que proteja os direitos dos trabalhadores contratados, como tem insistido a FUP nesta campanha salarial.