O presidente do Tribunal Superior do Trabalho – TST, ministro Milton de Moura França, disse, no dia 1º de Maio, que a Justiça trabalhista avançou muito no reconhecimento dos direitos dos trabalhadores, mas ainda tem muito a avançar. Ele referiu-se à necessidade de agilizar o processo judicial e de ampliar a rede de proteção dos direitos dos trabalhadores para garantir a justiça social, uma melhor distribuição de renda e condições dignas de vida e trabalho. Os trabalhadores são a parte mais fragilizada e vulnerável nas relações de trabalho e, por isso mesmo, consolidar e ampliar conquistas e proteção legal torna-se cada vez mais importante.
Caminhando na direção contrária, entretanto, representantes do empresariado no Poder Legislativo apresentam projetos que flexibilizam e desconstroem direitos, o que pode levar a um forte desequilíbrio social, prejudicando toda a sociedade.
Excesso de recursos
O Ministro Milton França criticou o excesso de recursos nos processos, impedindo que a Justiça seja realmente feita. Há casos em que o trabalhador “ganha, mas não leva”, demorando anos para receber indenizações, verbas rescisórias ou salários atrasados, horas extras, etc.
O excesso de recursos não acontece apenas na Justiça do Trabalho. Também na Justiça Federal – onde tramita a maioria das ações dos servidores públicos, e na Justiça Comum – onde são julgados crimes, o problema existe. Milhares de servidores públicos e seus dependentes aguardam a execução de sentenças pronunciadas há muito tempo. “Os processos demoram anos para serem concluídos e ainda mais tempo para que a União cumpra o que a Justiça determina”, lembra a presidente do SINAIT, Rosângela Rassy. “O SINAIT tem vários exemplos desse tipo. Há centenas de AFTs que hoje são credores da União, à espera de pagamentos em ações já ganhas”, completa.
Outro caso de excesso de recursos é o processo contra os acusados pelo crime conhecido com a Chacina de Unaí. “Nesse caso, os recursos são meramente protelatórios. Já são mais de cinco anos em que os advogados dos réus entram com recursos para tentar impedir que eles vão a júri popular. Todos os recursos analisados até agora foram negados. E eles recorrem do recurso. Isso precisa ser revisto e ter limites”, opina Rosângela.
Veja a matéria do TST sobre a opinião do Ministro Milton França:
3-5-2010 – TST
Presidente do TST considera que trabalhador conseguiu conquistas importantes, mas ainda há muito o que avançar