Com informações do G1 SP
Auditores Fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) de São Paulo iniciaram nesta segunda-feira, 19 de maio, a fiscalização na obra de um condomínio residencial, na Zona Oeste da capital paulista, onde três operários morreram após a queda de um elevador de carga.
Ao G1, Guilherme Garnica, Auditor Fiscal chefe do setor de Saúde e Segurança do Trabalho em São Paulo disse que não foram realizadas fiscalizações recentes no empreendimento. "Uma ação fiscal foi iniciada pela Superintendência do Trabalho e Emprego em São Paulo nesta segunda-feira para a análise do acidente", disse. "Fiscais foram ao local, mas devido à presença da perícia técnica não foram autorizados a acessar o elevador. Por isso, vão retornar ao local durante a semana."
A análise deverá verificar se a obra do elevador tinha um projeto, como era feita a sua manutenção e se os trabalhadores estavam devidamente munidos de equipamentos de proteção individual (EPIs). Também será analisado o treinamento dado aos funcionários e suas condições de trabalho.
De acordo com o AFT, "normalmente, uma fiscalização dessa dura de dois a três meses, mas neste caso vai depender do tipo de documento que terá que ser analisado no acidente, o tipo de procedimento que será adotado, porque às vezes é necessário realizar entrevistas com os trabalhadores", explica Garnica. "Se for mais complexo, a análise pode levar seis, sete meses."
Disse ainda que "encerrado toda essa parte da fiscalização, os auditores fazem um documento que a gente chama de 'relatório de análise acidente'. Nesse documento, está detalhado tudo o que avaliaram, que foi feito, que a empresa melhorou durante a avaliação. Depois disso, esse documento que é enviado para o Ministério Público do Trabalho", explica o Auditor Fiscal.
Na manhã de segunda-feira, o equipamento chamado "elevador de cremalheira" despencou do 17º andar da obra. O equipamento consiste numa cabine que se movimenta por trilhos verticais, instalados na parte externa dos prédios. Nele, podem ser transportados tanto materiais de construção quanto pessoas.
Os três trabalhadores tiveram a morte constatada ali mesmo. Eles foram identificados como homens de 43, 26 e 20 anos.
A empresa responsável pela construção do condomínio Reserva Raposo, informou que as causas do acidente estão sob investigação da perícia técnica da polícia.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, a obra possui os alvarás necessários.