Reformas, em geral, não são temas bem-vindos, nem no âmbito do serviço público, nem no âmbito da iniciativa privada. Toda vez que a Reforma Administrativa é aventada, por exemplo, o foco é o próprio serviço público, historicamente taxado de ineficiente, inchado, privilegado, etc, e a fama respinga no servidor, que é a linha de frente deste setor. O mesmo acontece com a reforma trabalhista, que sempre vem associada à palavra “flexibilização” de direitos dos trabalhadores.
Entretanto, deixando os pré-conceitos de lado, é prudente conhecer as ideias antes de criticá-las. Os temas “reforma administrativa” e “reforma trabalhista” continuam sendo discutidos e foram abordados pelo professor de Administração Pública da Universidade de Brasília, José Matias Pereira, em entrevista concedida ao programa “Agenda Econômica” da TV Senado.
Em três blocos, o professor Matias falou de vários aspectos da economia e da política no Brasil, refletindo sobre a necessidade de várias reformas, como a política – cuja discussão ele defende que seja encampada pela sociedade -, e elegendo a Reforma Administrativa como a reforma “mãe” de todas as demais. Quanto à reforma trabalhista, o professor considera inadequada em momentos de crise como o vivido atualmente em todo o mundo, porque não se pode transferir para os trabalhadores as responsabilidades as ineficiências das empresas ou do mercado financeiro. As saídas, segundo o professor, devem ser criativas e discutidas, inclusive com mudanças nas leis, mas criando condições para beneficiar os trabalhadores e ampliar o número de vagas no mercado de trabalho.